domingo, 11 de agosto de 2013

Gripe, uma chateação inevitável


Quando ela vem, alguma coisa acontece em seu coração (não, não estou falando da paixão, paixão é outra coisa, e também não estou falando do Caetano Veloso - embora o Thiago pire no Caê). Essa chatinha é um velho mutante, surgido antes mesmo de nos sabermos como gente, com uma grande carga viral encabeçando os propósitos da invasão de seu corpo. 

Pois, como todos bem sabem, o propósito principal da gripe, na verdade o único propósito, é te judiar o bastante pra te fazer  esquecer o quanto você era feliz antes de ela chegar. O quanto podia lavar a louça sem precisar sair a cada minuto para assoar o nariz. Aquele período bom em que você dormia tranquilamente, respirando de forma cômoda, dias atrás.

A gripe nada mais é que um amigo chato e interesseiro que sempre reaparece no momento oportuno, talvez apenas pra te chatear o bastante e depois sumir, e depois reaparecer, e depois sumir, um ciclo interminável de paz e chateação. É como o período de latência da gripe: você sabe que ela existe ali nos limites do seu âmago, mas não advinha em qual momento da vida ela vai aparecer.

A gripe chega fazendo estragos, segue desenganando pessoas, atrapalhando tarefas e desestabilizando ideias. Já pensaram que a raça humana habita esse planeta há milhares de anos e a ciência ainda não tem um consenso sobre a cura da gripe? Não podemos nos auto-definir como seres pensantes dessa forma, quando nem podemos nos curar de uma doença que deve ter surgido bem antes dos nossos mais antigos ancestrais.

Pra ser bem sincera, ela realça o que há de pior em ser humano. Já viram um gato com gripe? Gatos não ficam dias amoados, tomando chazinho, usando cachecóis e etc, nem ficam postando no Face sobre o quanto estão ruins de saúde. Eles continuam comendo suas Whiskas e levando suas vidinhas de gatos, porque, oras, eles são gatos e tudo de melhor já vem disso. Isso nos leva a pensar em como somos prepotentes e ao mesmo tempo desprevenidos com aleatoriedades do sistema imunológico, e no quanto nos estragamos em termos de sobrevivência, ao contrário de outros seres vivos.

Queiram os deuses que, num futuro próximo, a gripe e suas milhares de mutações sejam dizimadas para sempre, ou nem mesmo as gerações futuras irão nos perdoar por tamanho fracasso.

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