quarta-feira, 10 de abril de 2013

Por Trás das Lentes Bate um Coração

Desde minha infância vou a mesma ótica escolher meus óculos. Tive-os de diversos formatos, desenhos, tamanhos. Ainda hoje, após a consulta anual no oculista, vou até a loja. Acostumado com o tratamento de anos, procuro pelo dono, Luiz. Ele sempre foi o responsável por cuidar de meus óculos e hoje, mesmo como uma excelente equipe, gosto de sua maneira de me ajudar, informando quais formatos são melhores para meu rosto, dando-me a credibilidade e confiança de quem está no mercado há vinte anos (parece propaganda, sei disso).

Quem usa óculos sabe que a sensação de sentir-se torto é contínua. É um objeto frágil e para que a armação fique perfeita é necessário um delicado ajuste. De tempos e tempos, levo meus óculos, um de sol e um normal, para arrumar.

A ótica de minha infância está há vinte anos no mercado e possui uma segunda do outro lado da cidade. Foi a primeira vez que a visitei já que minha mãe e eu estávamos mais perto desta e, há algumas semanas, precisava alinhar os óculos, que incomodavam uma de minhas orelhas.

Ao entrarmos um homem alto e sorridente veio nos atender. Minha mãe lhe avisou de prontidão: somos clientes da loja debaixo, mas estamos mais perto dessa. Como quem avisa que somos antigos clientes do estabelecimento.

O grandalhão aumentou o sorriso, respondendo. "Mesmo se a senhora dissesse que veio do concorrente. Iriamos recebê-los bem. Portanto, antes de mais nada, aceitam uma água ou um café?"

Enquanto levava nossos óculos para um breve reparo refleti a diferença entre lojas. Deveria constar no manual de um lojista a cordialidade como principal elemento. Ao perceber-se querido, o cliente sente-se mais motivado pelo ambiente e, em algum casos, pode ser o diferencial para transformar o clássico estou apenas olhando para um vou levar este.

Recordo-me também de uma vez que atendi uma ligação da operadora Claro a procura de novos clientes. A vendedora que me atendeu utilizava seus argumentos com tanta precisão, aliadas a um carisma em dialogar comigo, que fiquei em dúvida e quase mudei meu plano. Mentalmente minha consciência sabia que era uma furada mas surpreendeu-me a eficiência daquela atendente. Embora não tenha aceito o pedido, elogiei-a dizendo que seu trabalho de convencer um cliente era extramente funcional. Ainda que tinha falhado no meu caso.

Ainda hoje, empresas e lojas comerciais falham no contato direto com seu consumidor. Pela percepção obtusa ao não compreenderem que antes de empurrar um produto em uma promoção imperdível, é necessário conquistar o cliente. Fazer com que o vendedor esteja disposto a ajuda-lo a comprar o produto conforme suas exigências ou necessidades e não pelo mais caro que gera maior comissão.

Ao sairmos de uma loja que nos presta bom atendimento, é nítida a felicidade instantânea. Um atendimento que, naquele ídilico cenário de um mundo ideal, deveria ser padrão.

Então, há vinte anos vou na ótica para novos óculos ou pequenos reparos. Sabendo que além do costume bobo de ir no lugar que desde sempre conheço, o cordialismo e profissionalismo da empresa sempre é conquistador. São para eles que encaminho qualquer um que precise de novos óculos. Recomendando para nunca deixarem de aceitar a xícara de café.


domingo, 7 de abril de 2013

O Lado Touro da Vida

Oi, você.


Essa é a minha primeira postagem, o que me deixa feliz porque assim a apresentação já foi feita e eu posso voltar a ser mais natural, meio assim eu mesma.

Hoje é mês do meu aniversário, o que significa ter muito tempo livre despendido em SITES DE HORÓSCOPOS. Não que eu seja uma pessoa astrológica, longe disso, mas é muito ruim lidar com a ansiedade de fazer um quarto de século. Sinto que olhar para as previsões do meu signo me mantém informada sobre o próximo passo, já que é muito mais fácil lidar com as frustrações antes dos 25 anos do que depois (sei lá quem me falou isso, mas acredito copiosamente).

Mas aí eu leio a previsão desde mês feita pela Susan Miller para o signo TOURO e ela me diz assim:

In regard to your health, if you've been concerned about a habit that you can't quite kick but know is undermining your health, this new moon will be your signal to get help to end it. You can see a doctor, join a group, enter rehab, or inquire to find out if there is medicine that may help. Take this opportunity to get started, as this new moon will be your friend to help you see progress.

Clínica de reabilitação. Tudo o que eu queria. Nem estou doente e viciada, mas faz todo o sentido incluir uma rehab em uma previsão de quem está trabalhando nos fins de semana e querendo umas FÉRIAS.


terça-feira, 2 de abril de 2013

Leminski é número um


Na semana passada, grande parte do leitores – estou incluso nesta parcela – ficaram surpresos que Paulo Leminski figurava em primeiro lugar na lista dos mais vendidos com o livro Toda Poesia, ultrapassando a popular trilogia Cinquenta Tons de Cinza.

Sem mencionar a excelente qualidade da literatura brasileira, o sucesso deve-se também a editora Companhia das Letras que trabalhou com a publicação vendendo-a sem nenhum preconceito.

Qualquer leitor reconhece que o mercado editorial brasileiro ainda se dedica mais às narrativas estrangeiras do que ao lançamento de novos escritores do país. Adquirir os direitos de publicação de um livro vindo do exterior é selecionar uma lista mundial de narrativas que já carregam diversas recepções da crítica e público. O material dá maior segurança e margem de lucro.

Muitas editoras ainda lançam obras brasileiras sempre carregadas de um diferencial que é facilmente percebido pela falta de divulgação, como se nosso material não conseguisse alcançar um público vasto ou fossem velhos conhecidos dos leitores e que não precisam de apresentação.

O que a Companhia fez foi dar o mesmo tratamento de seus outros lançamentos, sem diminui-lo por ser produto nacional, confiando não só na potência do texto mas na escolha dos leitores. Quebrando a barreira de uma leitura só para iniciados, demonstrando que a poesia pode ser livre e lida por todos. O resultado é um primeiro lugar nos mais vendidos que aproxima outros leitores que ainda desconhecem a obra de Leminski.

E dentro desse competitivo mercado editorial, ainda há editoras grandes que mal se preocupam em divulgar seus produtos e de manter ativo a comunicação com seus leitores.